Uma (curta) viagem por terras Japonesas
Tive a oportunidade de me enfiar num avião com um amigo, em direcção a Tóquio. Como aconteceu? Nem sei bem. Suponho que tenha começado com uma promoção de Black Friday que escalou para algo bem maior. Do nada, tinha uma viagem no bolso, alojamento e, acima de tudo, muito que visitar.
Esta é uma daquelas viagens que devem ser feitas pelo menos uma vez na vida. No meu caso, julgo que terão de ser pelo menos umas dez. O Japão é um país imensamente diferente do nosso belíssimo Portugal. As nossas relações já remontam aos tempos dos descobrimentos, tendo sido os portugueses os primeiros europeus a pisar solo japonês. Com eles, levaram palavras, tradições, gastronomia e o suficiente para entrar nas boas graças deste povo.
Outrora um país relativamente isolado do ocidente, o Japão tornou-se num autêntico monstro a nível económico após a Segunda Guerra Mundial. Estando no topo, não será de admirar que possua das melhores infraestruturas e tecnologias do mundo. Pude presenciar isso, ao ponto de ser assustador.

Falando já de Tóquio, uma cidade clássica e renovada… mas renovada com retalhos. Não há dois edifícios iguais e raros são os edifícios construídos antes dos anos 40. A Segunda Guerra Mundial causou imensos estragos nestas ilhas e com muito trabalho árduo, os japoneses finalmente conseguiram colocar as suas vidas nos eixos, deixando o mundo ocidental bastante surpreendido. Os arranha-céus dos centros económicos da cidade, tais como Shibuya-ku e Shinjuku-ku, escondem o sol. No entanto, não há motivos para preocupações. Existem parques no meio destas grandes selvas de betão, tais como o Parque Yoyogi e o Parque Shinjuku Gyoen.

Os neons são gigantes, brilhantes e fazem com que qualquer estrangeiro semicerre os olhos; já os japoneses estão habituados. A publicidade é ubiquita, tanto nos grandes monitores LED como também em anúncios sonoros. Julgo não haver maneira de fugir à publicidade. Parte do mercado empresarial de Tóquio é na área da publicidade e marketing, e com isto entendemos porquê.


A organização japonesa não é um mito. É bem real e eu pude finalmente experienciá-la. Logo após o avião aterrar, já tínhamos funcionários atentos, de forma ordeira, a preparar a remoção de passageiros e bagagem. Saímos em minutos do avião. E a bagagem? Já lá estava quando chegámos. Até a menina do guiché de turismo foi mais prestável do que qualquer outra pessoa com a mesma função noutro país.
Já que mencionei o aeroporto, por que não mencionar a maravilhosa rede de transportes? Boa demais! Comboios e metros sempre a horas, ligações a horas estratégicas e muita, muita confusão. Comprei dois bilhetes de 72 horas de metro para poder viajar à vontade pela cidade e foram relativamente baratos, sensivelmente 12€ cada.

Para a viagem sair mais em conta, aluguei um apartamento pelo AirBnB. Já o tinha feito antes noutras viagens e é uma estratégia que sai bastante em conta para os bolsos mais problemáticos. O apartamento era pequeno, com um beliche e um sofá cama. Felizmente éramos dois, pois não sei como seria se fôssemos quatro. Uma pequena cozinha adjacente à zona de quarto e lazer possuía uma placa para cozinhar e um pequeno frigorífico. Em frente, uma divisão para tomar banho e lavar as mãos. Por fim… Uma divisão com uma sanita… das inteligentes. Admito que brinquei demasiado com aqueles esguichos. E acreditem: Sabe mesmo MUITO bem.
A gastronomia é maravilhosa. Talvez por eu adorar comida asiática. Quem sabe? Comi ramen, set meals (peixe/carne, sopa de miso, vegetais, arroz…. tudo separado em pratinhos pequenos). Comi os famosos crepes de Harajuku e gelado de chá verde. Comi vários tipos de caril e vá lá, picaram mesmo! Em todos os restaurantes oferecem água (nada a ver com Portugal) e como estava muito calor (25ºC~30ºC) sabia sempre bem. Tive também a possibilidade de provar bibimbap, um prato coreano que já me suscitava curiosidade há muito tempo.
Num dos dias, visitamos um onsen. Onsen é o termo japonês para termas naturais. Nesse onsen, foi-nos facultada uma yukata. Uma yukata é uma espécie de robe e era suposto usarmos a dita cuja para andarmos à vontade dentro do complexo termal. Já lá dentro, não faltavam restaurantes e entretenimento. No exterior havia uma grande piscina termal apenas para pés e, por um valor adicional, era possível molhar os pés num daqueles tanques com peixinhos que comem pele morta. Yuck. As termas principais são de chorar por mais! Várias piscinas, com diferentes temperaturas e propriedades ornamentavam um grande pavilhão. Os homens tinham o seu próprio pavilhão, claro; porque é necessário ir totalmente nu para estas termas. Voltando ao pavilhão: cerca de 10 piscinas diferentes interiores e 3 exteriores. Sauna e banho turco estavam também disponíveis. No final, há uma zona de banho com tudo e mais alguma coisa: champô e amaciador Shiseido, gel de banho, protector de cabelo, gel para a cara, etc. Havia uns bancos onde também te podias sentar enquanto tomavas banho. Tudo isto arranjadinho em filas que permitiam privacidade dos utilizadores. Após o banho e a yukata de novo vestida, havia também uma imensa variedade de cremes, escovas de cabelo, secadores e básicos tais como cotonetes e discos de algodão. Depois de escrever isto fiquei com uma vontade enorme de lá ir…
Já falei sobre as pessoas? Tímidas. Educadas. Prestáveis. Nunca vi nada assim. Obviamente que tudo isto muda a partir do momento em que bebem uma cerveja ou quando estão rodeados de um grande grupo de amigos. São também bastante sassy a falar com estrangeiros. Não imaginam.
Durante os nove dias em que pude estar neste país, visitei imensos marcos turísticos tais como:
- A confusão de passadeiras de Shibuya;
- A estátua de Hachiko;
- Todos os templos principais;
- O Golden Gai de Shinjuku;
- Tokyo Metropolitan Government Building;
- Shinjuku Gyoen;
- Parque Yoyogi;
- Harajuku;
- Omotesando;
- Akihabara;
- Torre de Tóquio;
- Palácio Imperial;
- Asakusa;
- Ueno;
- Mercado Tsukiji;
- Odaiba;
- Rainbow Bridge;
- Narita.
E quero voltar para mais…














































































