A caridade do século XXI
Não, não aguento mais ver tudo isto. A culpa é da Era Digital ou é nossa?
Ontem vi um vídeo de um polícia a entregar uma garrafa de água a uma senhora idosa que estava a vender flores na rua, durante uma onda de calor na Roménia. No final, ele acena à pessoa que está a filmar para parar de o fazer. O que há de errado com isto?
O que há de errado com isto é algo que já tem vindo a estar errado nos últimos anos. As pessoas fazem pequenos actos de caridade à espera de algum retorno. Os seus quinze minutos de fama, suponho. Vivemos num milénio em que as aparências importam mais do que as acções em si e isso enoja-me. O que é que estamos a fazer?
Este vídeo não é o primeiro do estilo que vejo. Basta-me ir ao Instagram para ver actos semelhantes por parte de outras pessoas.
- Vim doar sangue.
- Doei à AMI.
- Ajudei a alimentar animais.
- Entreguei cobertores para os sem abrigo.
“VEJAM, VEJAM, VEJAM. Sou boa pessoa!”
Eu estou a ver! Acho que as vossas acções são boas! Mas há necessidade de se publicitarem como sendo piamente caridosos?
Admito que este tipo de actos geram retorno positivo, porque outros espectadores podem sentir a necessidade de também fazerem os bons actos e serve também de publicidade para algumas campanhas. No entanto… Continua a fazer-me confusão. Somos todos uns exibicionistas.
